Algumas mudanças ocorridas na prática do jornalismo estão levando estudiosos a repensarem a profissão e também debruçar sobre seu lado acadêmico. Será que os avanços tecnológico foram positivos para a profissão? O fato é que com a era digital a produção da notícia se tornou mais dinâmica exigindo do profissional habilidade e agilidade.
O resultado desse desenvolvimento tecnológico, segundo o jornalista e professor de Comunicação da Universidade de Brasília, Luiz Gonzaga Motta, é que as notícias estão se tornando um produto superabundante, barato e instantâneo. Reduz-se cada vez mais a interferência do jornalista, e as pessoas estão se acostumando a ver o acontecimento no momento mesmo de sua ocorrência, sem a necessidade de intermediações personalizadas, sem necessidade de palavras.
O jornalismo on line é assim, o jornalismo de poucas palavras, a retórica da objetividade, da síntese e da imediatez é sacramentada no webjornalismo que satisfaz este público sedento pela notícia rápida e instantânea. Os blogs de notícias espalhados pelo universo da internet são exemplos deste imediatismo e objetividade. Neste espaço os textos jornalísticos estão cada vez mais curtos e com uma linguagem simples e clara. Os blogs também abriram espaço para que qualquer pessoa independente de ser jornalista ou não possa escrever textos, expor suas idéias e debater com outras pessoas seus pensamentos.
A ditado que diz que uma imagem vale mais que mil palavras está cada vez mais presente no jornalismo. É comum ver imagens feitas por câmeras de celulares. Hoje qualquer pessoa que presencie um fato interessante e que esteja em poder dessas câmeras registram o fato e logo divulgam na internet. Os leitores, acabam vendo o fato quase que simultaneamente ao acontecimento. Não precisamos de muitas palavras. Os fatos falam por si mesmos.
Diante de tudo isso se faz necessário se perguntar o que vai ser do profissional de jornalismo? Qual o futuro desta profissão? É realmente necessário fazer uma faculdade nesta área para ser um jornalista? De acordo com o recente artigo do professor Luis Nuñez Ladeveze, citado por Luiz Gonzaga Motta, o jornalismo não necessita de uma formação acadêmica, podendo prescindir dela, ao contrário da medicina e das engenharias, que produzem um conhecimento científico estritamente vinculado à profissão e imprescindível para o exercício profissional.
Não tenho como objetivo neste artigo me aprofundar nesta questão, mesmo por que este assunto já é tema de incontáveis debates. Acredito que o ser jornalista está muito acima de tudo isso. E como estou falando de um jornalismo de poucas palavras...prefiro me calar.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
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